Um dia acordamos e vemos que a cada dia temos que nos superar

Ao fim de mais uma etapa, temos que encerrá-la com o melhor. E isso que vou passo a passo contar aqui para vocês. As etapas do meu livro-reportagem, provisoriamente intitulado: "Cultura Hare - Um pedacinho da Índia no Vale do Paraíba"

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Já faz algum tempo que nao entro pra ver o blog. Um carrilhão de coisas vêm acontecendo na minha vida e principalmente de minha companheira de TCC. Gravidez, férias, Vitória. Uma sequencia de acontecimentos nos afastou e deixou nosso trabalho adormecido até domingo (8/8/9). Respirei fundo e voltei a luta. Já temos 4 capítulos do nosso livro, falta pouco. Mas está cada vez mais difícil. Mas estamos ai!!

Bom... a volta ao blog é por questao especial. Hoje é dia de Janmastami, nascimento do Menino Krishna - Natal-. Eu nao poderia perder essa comemoraçao.
Vale a pena conferir. Um tratamento todo especial para Krishna. Banho de leite, iorgute, agua fria e morna, tudo assistido pelos devotos e turistas.
Nosso tcc, se encaminha para o fim, mas estamos aindo no início de conhecer Nova Gokula. A cada dia, uma nova descoberta.
Vale a pena conferir!

Primeiro Contato

sábado, 21 de março de 2009

A passagem pelo portal que nos revela um universo novo nos insere num mundo que beira o fictício.
Ao longe se vê um templo hindu, num lugar elevado, rodeado pela beleza natural da serra da Mantiqueira que parece proteger o vale com suas muralhas azuis e exuberantes.
Um “porteiro” vestido à moda indiana nos recepciona e nos vemos no limite de dois mundos. Um que você tem total controle, onde circula com liberdade. E outro onde você é um estranho.
Nosso primeiro contato com a cultura Hare já esta estabelecido. Estamos em solo sagrado, ladeado por criaturas sagradas, de costumes diferentes, de vida diferente, de deuses diferentes.
- “Chega de sacolejo, chegamos!”
Nossa ansiedade de jornalistas aflora ao passo que vai chegando a hora de vitimar algum morador de Nova Gokula com nossas perguntas e curiosidades. O olhar se perde diante tantas informações. O lugar por si só inspira-nos a discorrer em longas linhas, as sensações, as observações e as impressões. Caminhando como quem não quer nada, vamos nos conduzindo em direção a uma lanchonete e lá começamos nossa interação com uma devota, atendente da lanchonete, que depois vim, a saber, que se chamava Flávia, nos apresentamos e informamos nosso intuito. Ao lado conversavam dois homens, um vestido a moda do local, outro de bermuda e camiseta, logo somos direcionados a eles. Um deles é o devoto Lupa Oranga, vestindo um dhoti laranja que depois me explicou em se tratar da cor dos solteiros. E é Lupa que recepciona os turistas e curiosos como nós. Falamos a ele sobre nossas intenções e com muita simpatia se colocou a nosso dispor, nos levando em um lugar mais tranqüilo onde pudéssemos conversar.
Despedimo-nos da cantina na fazenda e caminhamos, acompanhados por Lupa Oranga diante para um lugar que parece ser um templo. Um templo aberto, circundado por correntes a meia altura, onde imponente e harmonioso está a estátua de Prabhuphada, mestre espiritual responsável por trazer a consciência de Krishna ao Ocidente.
Diante da paz que Nova Gokula inspira, começamos nosso bate papo com nosso recepcionista que muito gentilmente nos expõem os princípios e conhecimentos da cultura, religião e filosofia Hare Krishna.
Fico absorto a conversa e não percebo a aproximação de duas vacas que perambulam livremente pela fazenda. A posição de estar sentado projeta e amplia a figura da vaca que ao percebê-la próxima, bem próxima, de relance, pensei não ser algo desse mundo. Um par de chifres que amedronta qualquer toureiro releva um animal sagrado, venerado para a religião hindu; a segunda mãe.
-“Não tem perigo. Ela não faz nada!”. Tento veemente acreditar nas palavras do devoto que mora na fazenda há pelo menos dez anos.
-“Ai meu Deus, digo, Krishna do céu!” A vaca se aproxima. E com um gesto de mão e os dizeres “Hare Krishna”, o animal se desvia de nós e segue seu caminho livremente.
Com 55 anos, Lupa Oranga dedica-se a ciência espiritual, religião e filosofia Hare Krishna desde os 22 anos, quando, em busca de respostas para questionamentos corriqueiros e profundos habitantes na mente de qualquer mortal como “Deus existe?”, “Quem é ele?”, Qual meu propósito aqui?”, “Depois da morte, o que acontece?”. Depois de freqüentar e estudar as mais conhecidas religiões do ocidente, nosso entrevistado, encontrou na filosofia védica e nos ensinamentos do Bhagavad Gita, as respostas que procurava.
Nas diferenças de credo habita uma surpreendente semelhança. O objetivo é o mesmo, o ensinamento único. Só o protagonista, antagonistas e coadjuvantes que mudam de nome, mas o enredo é o mesmo.
Embora nada ainda evidencie a escolha do local como algo predestinado. Leigamente, intrusamente ao estar presente no local, somos levados a tal pensamento.
Ao desvencilhar o olhar e atenção de Lupa Oranga, vemos, em um nível mais baixo, a movimentação de devotos, turistas que buscam refrescar o corpo no rio que contorna e comunga com a harmonia do local.
O rio que nos acompanhou por toda estrada, ora escondido, ora revelado, novamente nos cumprimenta feliz ao adornar a paisagem transcendental de Nova Gokula. Afinal, o caminhante permanente e que não cansa de percorrer os caminhos aos pés da Mantiqueira, já é personagem fundamental em qualquer conceito e ideal de lugar perfeito.

A Primeira Impressão

quinta-feira, 12 de março de 2009

Num domingo (08/3) de pleno verão, onde o sol raia em toda sua plenitude, vamos nos despedindo da cidade e pouco a pouco adentrando em um universo ao nosso alcance, mas cada vez mais distante; o campo.
Não muito longe do vai e vem de carros, a atmosfera é outra. O ar é outro. A paisagem é outra. Os habitantes são outros. Inicia-se aí, numa estrada única, o nosso caminho para as Índias, onde o sol, apesar de ainda continuar pleno, agora divide o espaço dos nossos rostos com as sombras das árvores, com o frescor dos ventos cheirando eucalipto, com a natureza.
Somos guiados pelos raios que brincam de esconder por entre as árvores e que vão esplendorosamente marcando nosso caminho e terminando sua plenitude dourada no asfalto que nos serve de guia.
Passa-se uma, duas, três, trezentas, três mil curvas até você perder conta e perceber que está submerso ao verde, ao ar, ao clima, ao nada, ao tudo, a natureza.
A cidade já ficou para trás e você deixa de ter um local de partida, e seu olhar passa a só focalizar hipnotizado seu destino, seu horizonte. O azul da Mantiqueira a seguí-lo, a atraí-lo, vai conduzindo-o estrada adentro de um novo espaço. Um espaço transcendental, onde o agito, o corre-corre das pessoas da cidade dá lugar à pastagem calma, sutil de criações de bois brancos à margem da estrada.
Um resquício ou outro de ‘urbanidade’ vai surgindo ao dobrar de curvas, mas uma cidade diferente. De vida simples, de hábitos simples, onde se observa rostos felizes. Felizes com a simplicidade. Felizes com a criação que corre solta no quintal. Felizes com as galinhas que ciscam à beira do asfalto. Com o movimento que surge com o verão que trás turistas que buscam um lugar para refrescar-se nesse verão de 35 ºC.
Há de prestar muita atenção e ser um motorista responsável para não deixar-se seduzir pela beleza e atrativos que adornam nosso caminho.
O rio mata a cede de corpos castigados pelo calor. Outros tantos, interessados não em ceder apenas ao banho do rio, continuam a caminhada que logo perde mais um sinal de cidade. O asfalto fica para trás e nos aventuramos embalados pelo traquejo adquirido pelo andar sobre as pedras e pedregulhos daquela estrada de outrora, cômoda, asfáltica, iniciada há pelo menos 18 km atrás. Temos a nítida sensação de estranheza. Estranheza com o nada, com o belo, com o som, ou melhor, com a falta dele, com o rio que corre, ora nervoso, ora calmo. Confesso que apreensão com a estrada aumenta a media que o traquejo aumenta.
Mais uma estranheza! A estranheza com a estrada genuína, primitiva, original, de chão.
A vida urbana nos faz ‘não identificados’ com o espaço que se revela a nossa volta, nos faz estranhar o original, o primeiro, o verdadeiro, mas essa sensação não é nada em consideração ao bem estar adquirido com o contato com o pleno. Que se faz ainda mais presente com o aroma das flores brancas que perfumam a estrada de pedras e as sombras das grandes árvores que nos protege do astro maior. Uma estrada totalmente sombreada e perfumada, agora sem curvas. Reta! Que continua. Que nos deixa. Onde nos separamos para adentrar a uma nova realidade.
A impressão de estarmos em outro espaço dá lugar à certeza. Uma ponte, um portal com os dizeres “ISKCON, FAZENDA NOVA GOKULA”, carimba nosso passaporte com a chegada ao mundo "HARE", a cultura Indiana vivente no Vale do Paraíba.

Chove Chuva...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Depois do capítulo anterior, segue nosso caminho da Índias e chega e dia da apresentação do Pré-Projeto: "Cultura Hare- Um pedaço da Índia no Vale do Paraíba" ... tchan-tchan-tchan.

Todo mundo apreensivo. Apresentação das duas salas de JO juntas, iiiiiiiiiiii. E os 'sempre na média' estão todos ansiosos, afinal elesa são do fundão. E como vc sabe, o fundão...


Cai uma chuva tremenda e para variar um poukinho eu tomo toda ela... quase nao fiz isso esse ano todo, né! De moto ainda! Cheguei pingando! Todo mundo arrumadinho, se sentindo, e eu ensopado e atrasado. Parecendo um astronauta, de capa de chuva e capacete. Indignadíssimo, irritadíssimo. Nao sou de atrasar, mas pela chuva acabei atrasando. Pensei:


"- Minha companheira, vai ta louca me esperando!" Acertei? Nao!!! Errei!!! Nem sinal dela, e quando chegou estava pior que eu srsssrsr. Meu Deus! A Ellen chegou! "


Ela chegou com uma roupinha de academia. Ela nunca tinha ido assim na facul, pq resolveu inovar justo no dia da apresentaçao do nosso pré projeto. Tinhamos que enrolar, impressionar, afinal nao tinhamos terminado nosso trabalho ainda, e como vcs já sabem... tinha sido mudado dois dias antes. Tinhamos que mostrar um certo domínio de causa. Ter uma certa postura. Acho que conseguimos isso! Afinal estavamos molhado (eu) e Ellen com a roupinha de ginástica... essas calças grudadas até a batata da perna e um moleton horroroso, grande. Até ai tudo bem, se a calça da minha amiga nao tivesse rasgada. Afinal essas meninas usam nao sei quantos números menores que o delas. A calça que já nao é de um bom material, estica até onde não pode e com o tempo (percebia que a calça dela ja era bem velhinha por causa do preto ja nao ta mais preto), arrebenta. Tudo ótimo! Isso mostra uma menina geração saúde, preocupada com a boa forma. Chegando direto da academia... Mentira! Nem malhar a figura malha. Preocupada com a saúde o cacete.


Enfim, eu já até tinha torcido minha roupa várias vezes. Demorou, fomos um dos últimos a apresentar, mas fizemos nosso trabalho. Tiramos uma nota boa, visto que... vcs ja sabem. Valia 5 pontos e nós ficamos com 4,5.


Ai Krishna... se isso foi a apresentação do pré-projeto. O q será que nos espera na apresentação do Projeto inteiro kkkkkkkkk

PS: Essa piriguete na foto é outra intrusa, Aline Guedinho. Foi testemunha da nossa vergonha na pré-banca. Foto da pré-banca.

A Escolha: de Artistas à Hare

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Ao fim do 3º ano da facul, vc tem que apresentar um pré projeto (tcc). Ellen e eu estavamos como sempre, um poukinho atrasados com o conteúdo. No qual o assunto seria "artistas suburbanos", iriamos evidenciar a vida desses sonhadores e nobres artistas que fazem mágicas diariamente para viver uma vida que na sua maioria não é a que verdadeiramente gostariam. Tendo que se desdobrar, para em apenas alguns momentos possam ser o que de fato idealizam; artistas... Enfim, dois dias antes da entrega desse pré projeto, quando tudo estava quase pronto e ate então extremamente convencidos da "bacanisse" do tema, Mauro Morais tem um insight:
" - Ellen, e se fizessemos nosso tcc sobre a cultura Hare?" A mais louca ainda da companheria dele, responde:
" - Otimo! Adorei! Vamos mudar. Da tempo!".
E assim foi que em dois dias fizeram tudo de novo e quase terminaram o tal pré projeto.

Ai meu Deus, será que esses dois 'sempre na média', vão dar conta?...
PS: pré projeto, merito todo da Élinha.